sexta-feira, 23 de abril de 2010

LIBERDADE...HUMPF!!!



“E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (João: 8:32).




Afinal de contas, o que é liberdade? Liberdade, em filosofia, designa de uma maneira negativa, a ausência de submissão, de servidão e de determinação, isto é, ela qualifica a independência do ser humano.
 De maneira positiva, liberdade é a autonomia e a espontaneidade de um sujeito racional. Isto é, ela qualifica e constitui a condição dos comportamentos humanos voluntários.

Liberdade, na verdade, é um conceito utópico de autonomia. TODOS SOMOS PRISIONEIROS. Cada um de nós tem sua própria cela, em um nível maior ou menor de desconforto. Ninguém nasce livre como se fosse uma tela em branco.

Se menino ou menina, somos inicialmente aprisionados a cores (rosa ou azul), brinquedos e roupas, comportamentos pertinentes a essa condição de sexo, antes mesmo de sairmos do útero. Estamos presos a uma condição sexual muito antes de percebermos.

Somos presos a um documento que diz que somos fulano de tal, filho de cicrano com beltrana. Acreditamos que somos um nome, quando na verdade, somos um número_depois, passamos a ser vários números de vários documentos diferentes.

Somos presos ao tempo. Ninguém consegue mudar a linearidade do tempo. Você nasce (ou não_às vezes, partimos antes de ganharmos a luz), cresce (ou não_você pode ficar baixinho ou nem ter tempo de crescer), se reproduz (ou não_ você pode ser infértil, celibatário), envelhece (ou não_às vezes, parte antes mesmo de se dar conta como pessoa) e MORRE (sim, TODOS nós morremos).
Soma-se ao tempo natural, o tempo humano. Somos presos a hora de acordar, de dormir, de estudar, de trabalhar, de comer, de cagar, a hora disso, a hora daquilo...

Somos presos à geografia. Somos de determinado lugar e pronto. Podemos nos mudar, assim, como quem muda de cela. Podemos até  adquirir outra cidadania, mas seremos sempre pertencentes à condição de nascido (ou autuado) naquele lugar de origem.

Somos presos a tribos, estilos, convenções, adequações, impostos, religião, biologia, fisiologia.

Existem várias piadas relacionando casamento à uma prisão_assim como várias estampas debochadas sobre o mesmo tema em camisetas.
Mas, de fato, casamento é uma prisão. Às vezes, se vai de bom grado pro "xilindró", às vezes por meras convenções.
A história do casamento retrata muito mais uma prisão_ onde nem se falava sobre amor, mas sobre dotes e união de famílias com interesses em comum_ do que laços de amor.
Não me estranha o fato de o casamento continuar a ser uma instituição vazia com uma maquiagem bonita cada vez menos eficaz, porque cobre cada vez menos o que se deseja esconder.

Família também é uma prisão. Os chamados "laços de sangue", são na verdade, meros grilhões invisíveis. Irônico, quem não constitui uma família convencional, acaba construindo uma outra qualquer, e mesmo a solteirice pode ser uma prisão. E não falo de quem está encalhado compulsoriamente.

Somos prisioneiros em nossas casas. Se o portão não estiver devidamente trancado, assim como as portas e as janelas, corremos o risco de termos nossa "cela doce cela" invadida por alguém que se apropria indevidamente de nossos bens, que também são outra prisão. Somos escravizados pela nossa ambição, nossos desejos, nossa apatia, nossa inércia, nossa vaidade, nossa competitividade, nossas paixões.

Somos prisioneiros de nossos trabalhos, assim como fomos na escola. Quem não estuda ou não trabalha fica na "solitária" da sociedade.

E assim como nas penitenciárias, nos associamos a grupos de pessoas semelhantes a nós, num processo de exclusão aos que são diferentes. Somos presos a códigos de conduta e vestuário.

Podemos não estar num sistema carcerário literal, nem presos a uma cama de hospital, cadeira de rodas, ou mesmo um hospício, mas estamos presos a tudo, em todos os sentidos. Somos presos à rotina,  comportamento, pensamento, atitude, sensações e sentimentos

Acabei percebendo que LIBERDADE, de fato, é sentir-se à vontade na prisão em que se vive. Seja ela qual for.

terça-feira, 13 de abril de 2010

Dia do Beijo

Ao assistir ao telejornal, uma reportagem me chamou atençao: hoje é o "Dia do Beijo"
Mas nao sei se selinhos ao melhor estilo "O Beijoqueiro"_ aquele sujeito que saía beijando todo mundo e era esculhambado e levava porrada por isso_ ou beijos "de amigo" estão em voga. 

José Alves de Moura, o "beijoqueiro"

E ao que deu a entender, no dia do beijo não importa a qualidade, o importante mesmo é a quantidade. É beijão com língua explorando aquilo que você comeu no verão passado.
Meu amigo Gustavo, que é da máxima de "quanto mais bocas, melhor", disse que no dia do beijo, em vez de cinquenta, beijará pelo menos quinhentas bocas. Nada contra isso, mesmo porque, sou da política de "cada um no seu quadrado"_ e nem sou moralista_ mas isso me levantou uma questão (se assim não fosse, não haveria postagem): Por que esse povo todo que sai beijando e ficando com todo mundo, sem compromisso, sendo de todo mundo e de ninguém ao mesmo tempo, em uma situação qualquer, de repente acaba soltando que "adoraria ter alguém para chamar de seu?
E não é que escarafunxando na rede eu acho um texto do Arnaldo Jabor que cai como uma luva pra esse questionamento?

Divido aqui com vocês, NAMORIX



Na hora de cantar todo mundo enche o peito nas boates, levanta os braços, sorri e dispara: "eu sou de ninguém, eu sou de todo mundo e todo mundo é meu também"
No entanto, passado o efeito do uísque com energético e dos beijos descompromissados, os adeptos da geração "tribalista" se dirigem aos consultórios terapêuticos, ou alugam os ouvidos do amigo mais próximo e reclamam de solidão, ausência de interesse das pessoas, descaso e rejeição.



A maioria não quer ser de ninguém, mas quer que alguém seja seu.
Beijar na boca é bom? Claro que é! 

Se manter sem compromisso, viver rodeado de amigos em baladas animadíssimas é legal? Evidente que sim. 
Mas por que reclamam depois? Será que os grupos tribalistas se esqueceram da velha lição ensinada no colégio, onde "toda ação tem uma reação"? 



Agir como tribalista tem consequências, boas e ruins, como tudo na vida. 
Não dá, infelizmente, para ficar somente com a cereja do bolo - beijar de língua, namorar e não ser de ninguém. 
Para comer a cereja é preciso comer o bolo todo e nele, os ingredientes vão além do descompromisso, como: não receber o famoso telefonema no dia seguinte, não saber se está namorando mesmo depois de sair um mês com a mesma pessoa, não se importar se o outro estiver beijando outra, etc, etc, etc.



Embora já saibam namorar, "os tribalistas" não namoram. 
Ficar também é coisa do passado. A palavra de ordem hoje é "namorix". 
A pessoa pode ter um, dois e até três namorix ao mesmo tempo. 
Dificilmente está apaixonada por seus namorixes, mas gosta da companhia do outro e de manter a ilusão de que não está sozinho.



Nessa nova modalidade de relacionamento, ninguém pode se queixar de nada. Caso uma das partes se ausente durante uma semana, a outra deve fingir que nada aconteceu, afinal, não estão namorando. 
Aliás, quando foi que se estabeleceu que namoro é sinônimo de cobrança? 
A nova geração prega liberdade, mas acaba tendo visões unilaterais. Assim como só deseja "a cereja do bolo tribal", enxerga somente o lado negativo das relações mais sólidas.



Desconhece a delícia de assistir um filme debaixo das cobertas num dia chuvoso comendo pipoca com chocolate quente, o prazer de dormir junto abraçado, roçando os pés sob as cobertas e a troca de cumplicidade, carinho e amor. 
Namorar é algo que vai muito além das cobranças.



É cuidar do outro e ser cuidado por ele, é telefonar só para dizer boa noite, ter uma boa companhia para ir ao cinema de mãos dadas, transar por amor, ter alguém para fazer e receber cafuné, um colo para chorar, uma mão para enxugar lágrimas... 
Enfim, é ter alguém para amar. 
Já dizia o poeta que "amar se aprende amando" e, se seguirmos seu raciocínio, esbarraremos na lição que nos foi passada nas décadas passadas: relação é sinônimo de desilusão. 



O número avassalador de divórcios nos últimos tempos, só veio a confirmar essa tese e aqueles que se divorciaram (pais e mães dos adeptos do tribalismo), vendem na maioria das vezes a ideia de que casar é um péssimo negócio e que uma relação sólida é sinônimo de frustrações futuras. 
Talvez seja por isso que pronunciar a palavra "namoro" traga tanto medo e rejeição.



No entanto, vivemos em uma época muito diferente daquela em que nossos pais viveram. Hoje podemos optar com maior liberdade e não somos mais obrigados a "comer sal junto até morrer". 

Não se trata de responsabilizar pais e mães, ou atribuir um significado latente aos acontecimentos vividos e assimilados na infância, pois somos responsáveis por nossas escolhas, assim como o que fazemos com as lições que nos chegam. 



A questão não é causal, mas quem sabe correlacional. 
Podemos aprender a amar nos relacionando, trocando experiências, afetos, conflitos e sensações. 
Não precisamos amar sob os conceitos que nos foram passados. 
Somos livres para optarmos. 
E ser livre não é beijar na boca e não ser de ninguém. 
É ter coragem, ser autêntico e se permitir viver um sentimento... 
É arriscar, pagar para ver e correr atrás da felicidade. 
É doar e receber, 
É estar disponível de alma, para que as surpresas da vida possam aparecer. 
É compartilhar momentos de alegria e buscar tirar proveito até mesmo das coisas ruins.



É não ser livre para trocar e crescer... 
É estar fadado ao fracasso emocional e à tão temida solidão.

Dia do Beijo

Ao assistir ao telejornal, uma reportagem me chamou atençao: hoje é o "Dia do Beijo"
Mas nao sei se selinhos ao melhor estilo "O Beijoqueiro"_ aquele sujeito que saía beijando todo mundo e era esculhambado e levava porrada por isso_ ou beijos "de amigo" estão em voga. 

José Alves de Moura, o "beijoqueiro"

E ao que deu a entender, no dia do beijo não importa a qualidade, o importante mesmo é a quantidade. É beijão com língua explorando aquilo que você comeu no verão passado.
Meu amigo Gustavo, que é da máxima de "quanto mais bocas, melhor", disse que no dia do beijo, em vez de cinquenta, beijará pelo menos quinhentas bocas. Nada contra isso, mesmo porque, sou da política de "cada um no seu quadrado"_ e nem sou moralista_ mas isso me levantou uma questão (se assim não fosse, não haveria postagem): Por que esse povo todo que sai beijando e ficando com todo mundo, sem compromisso, sendo de todo mundo e de ninguém ao mesmo tempo, em uma situação qualquer, de repente acaba soltando que "adoraria ter alguém para chamar de seu?
E não é que escarafunxando na rede eu acho um texto do Arnaldo Jabor que cai como uma luva pra esse questionamento?

Divido aqui com vocês, NAMORIX


Na hora de cantar todo mundo enche o peito nas boates, levanta os braços, sorri e dispara: "eu sou de ninguém, eu sou de todo mundo e todo mundo é meu também"
No entanto, passado o efeito do uísque com energético e dos beijos descompromissados, os adeptos da geração "tribalista" se dirigem aos consultórios terapêuticos, ou alugam os ouvidos do amigo mais próximo e reclamam de solidão, ausência de interesse das pessoas, descaso e rejeição.



A maioria não quer ser de ninguém, mas quer que alguém seja seu.
Beijar na boca é bom? Claro que é! 

Se manter sem compromisso, viver rodeado de amigos em baladas animadíssimas é legal? Evidente que sim. 
Mas por que reclamam depois? Será que os grupos tribalistas se esqueceram da velha lição ensinada no colégio, onde "toda ação tem uma reação"? 



Agir como tribalista tem consequências, boas e ruins, como tudo na vida. 
Não dá, infelizmente, para ficar somente com a cereja do bolo - beijar de língua, namorar e não ser de ninguém. 
Para comer a cereja é preciso comer o bolo todo e nele, os ingredientes vão além do descompromisso, como: não receber o famoso telefonema no dia seguinte, não saber se está namorando mesmo depois de sair um mês com a mesma pessoa, não se importar se o outro estiver beijando outra, etc, etc, etc.



Embora já saibam namorar, "os tribalistas" não namoram. 
Ficar também é coisa do passado. A palavra de ordem hoje é "namorix". 
A pessoa pode ter um, dois e até três namorix ao mesmo tempo. 
Dificilmente está apaixonada por seus namorixes, mas gosta da companhia do outro e de manter a ilusão de que não está sozinho.



Nessa nova modalidade de relacionamento, ninguém pode se queixar de nada. Caso uma das partes se ausente durante uma semana, a outra deve fingir que nada aconteceu, afinal, não estão namorando. 
Aliás, quando foi que se estabeleceu que namoro é sinônimo de cobrança? 
A nova geração prega liberdade, mas acaba tendo visões unilaterais. Assim como só deseja "a cereja do bolo tribal", enxerga somente o lado negativo das relações mais sólidas.



Desconhece a delícia de assistir um filme debaixo das cobertas num dia chuvoso comendo pipoca com chocolate quente, o prazer de dormir junto abraçado, roçando os pés sob as cobertas e a troca de cumplicidade, carinho e amor. 
Namorar é algo que vai muito além das cobranças.



É cuidar do outro e ser cuidado por ele, é telefonar só para dizer boa noite, ter uma boa companhia para ir ao cinema de mãos dadas, transar por amor, ter alguém para fazer e receber cafuné, um colo para chorar, uma mão para enxugar lágrimas... 
Enfim, é ter alguém para amar. 
Já dizia o poeta que "amar se aprende amando" e, se seguirmos seu raciocínio, esbarraremos na lição que nos foi passada nas décadas passadas: relação é sinônimo de desilusão. 



O número avassalador de divórcios nos últimos tempos, só veio a confirmar essa tese e aqueles que se divorciaram (pais e mães dos adeptos do tribalismo), vendem na maioria das vezes a ideia de que casar é um péssimo negócio e que uma relação sólida é sinônimo de frustrações futuras. 
Talvez seja por isso que pronunciar a palavra "namoro" traga tanto medo e rejeição.



No entanto, vivemos em uma época muito diferente daquela em que nossos pais viveram. Hoje podemos optar com maior liberdade e não somos mais obrigados a "comer sal junto até morrer". 

Não se trata de responsabilizar pais e mães, ou atribuir um significado latente aos acontecimentos vividos e assimilados na infância, pois somos responsáveis por nossas escolhas, assim como o que fazemos com as lições que nos chegam. 



A questão não é causal, mas quem sabe correlacional. 
Podemos aprender a amar nos relacionando, trocando experiências, afetos, conflitos e sensações. 
Não precisamos amar sob os conceitos que nos foram passados. 
Somos livres para optarmos. 
E ser livre não é beijar na boca e não ser de ninguém. 
É ter coragem, ser autêntico e se permitir viver um sentimento... 
É arriscar, pagar para ver e correr atrás da felicidade. 
É doar e receber, 
É estar disponível de alma, para que as surpresas da vida possam aparecer. 
É compartilhar momentos de alegria e buscar tirar proveito até mesmo das coisas ruins.



É não ser livre para trocar e crescer... 
É estar fadado ao fracasso emocional e à tão temida solidão.

Dia do Beijo

Ao assistir ao telejornal, uma reportagem me chamou atençao: hoje é o "Dia do Beijo"
Mas nao sei se selinhos ao melhor estilo "O Beijoqueiro"_ aquele sujeito que saía beijando todo mundo e era esculhambado e levava porrada por isso_ estão sendo mencionados. 

José Alves de Moura, o "beijoqueiro"

E ao que deu a entender, no dia do beijo não importa a qualidade, o importante mesmo é a quantidade. É beijão com língua explorando aquilo que você comeu no verão passado.
Meu amigo Gustavo, que é da máxima de "quanto mais bocas, melhor", disse que no dia do beijo, em vez de cinquenta, beijaria quinhentas bocas. Nada contra isso, mesmo porque, sou da política de "cada um no seu quadrado"_ e nem sou moralista_ mas isso me levantou uma questão (se assim não fosse, não haveria postagem): Por que esse povo todo que sai beijando e ficando com todo mundo, sem compromisso, sendo de todo mundo e de ninguém ao mesmo tempo, em uma situação qualquer, de repente acaba soltando que "adoraria ter alguém para chamar de seu?
E não é que escarafunxando na rede eu acho um texto do Arnaldo Jabor que cai como uma luva pra esse questionamento?

Divido aqui com vocês, NAMORIX


Na hora de cantar todo mundo enche o peito nas boates, levanta os braços, sorri e dispara: "eu sou de ninguém, eu sou de todo mundo e todo mundo é meu também". No entanto, passado o efeito do uísque com energético e dos beijos descompromissados, os adeptos da geração "tribalista" se dirigem aos consultórios terapêuticos, ou alugam os ouvidos do amigo mais próximo e reclamam de solidão, ausência de interesse das pessoas, descaso e rejeição.

A maioria não quer ser de ninguém, mas que quer que alguém seja seu. Beijar na boca é bom? Claro que é! Se manter sem compromisso, viver rodeado de amigos em baladas animadíssimas é legal? Evidente que sim. Mas por que reclamam depois? Será que os grupos tribalistas se esqueceram da velha lição ensinada no colégio, onde "toda ação tem uma reação"? 




Agir como tribalista tem consequências, boas e ruins, como tudo na vida. Não dá, infelizmente, para ficar somente com a cereja do bolo - beijar de língua, namorar e não ser de ninguém. Para comer a cereja é preciso comer o bolo todo e nele, os ingredientes vão além do descompromisso, como: não receber o famoso telefonema no dia seguinte, não saber se está namorando mesmo depois de sair um mês com a mesma pessoa, não se importar se o outro estiver beijando outra, etc, etc, etc.



Embora já saibam namorar, "os tribalistas" não namoram. Ficar também é coisa do passado. A palavra de ordem hoje é "namorix". A pessoa pode ter um, dois e até três namorix ao mesmo tempo. Dificilmente está apaixonada por seus namorix, mas gosta da companhia do outro e de manter a ilusão de que não está sozinho.



Nessa nova modalidade de relacionamento, ninguém pode se queixar de nada. Caso uma das partes se ausente durante uma semana, a outra deve fingir que nada aconteceu, afinal, não estão namorando. Aliás, quando foi que se estabeleceu que namoro é sinônimo de cobrança? A nova geração prega liberdade, mas acaba tendo visões unilaterais. Assim como só deseja "a cereja do bolo tribal", enxerga somente o lado negativo das relações mais sólidas.



Desconhece a delícia de assistir um filme debaixo das cobertas num dia chuvoso comendo pipoca com chocolate quente, o prazer de dormir junto abraçado, roçando os pés sob as cobertas e a troca de cumplicidade, carinho e amor. Namorar é algo que vai muito além das cobranças.



É cuidar do outro e ser cuidado por ele, é telefonar só para dizer boa noite, ter uma boa companhia para ir ao cinema de mãos dadas, transar por amor, ter alguém para fazer e receber cafuné, um colo para chorar, uma mão para enxugar lágrimas... Enfim, é ter alguém para amar. Já dizia o poeta que "amar se aprende amando" e, se seguirmos seu raciocínio, esbarraremos na lição que nos foi passada nas décadas passadas: relação é sinônimo de desilusão. 



O número avassalador de divórcios nos últimos tempos, só veio a confirmar essa tese e aqueles que se divorciaram (pais e mães dos adeptos do tribalismo), vendem na maioria das vezes a ideia de que casar é um péssimo negócio e que uma relação sólida é sinônimo de frustrações futuras. Talvez seja por isso que pronunciar a palavra "namoro" traga tanto medo e rejeição.



No entanto, vivemos em uma época muito diferente daquela em que nossos pais viveram. Hoje podemos optar com maior liberdade e não somos mais obrigados a "comer sal junto até morrer". Não se trata de responsabilizar pais e mães, ou atribuir um significado latente aos acontecimentos vividos e assimilados na infância, pois somos responsáveis por nossas escolhas, assim como o que fazemos com as lições que nos chegam. 




A questão não é causal, mas quem sabe correlacional. Podemos aprender a amar nos relacionando. Trocando experiências, afetos, conflitos e sensações. Não precisamos amar sob os conceitos que nos foram passados. Somos livres para optarmos. E ser livre não é beijar na boca e não ser de ninguém. É ter coragem, ser autêntico e se permitir viver um sentimento... É arriscar, pagar para ver e correr atrás da felicidade. É doar e receber, é estar disponível de alma, para que as surpresas da vida possam aparecer. É compartilhar momentos de alegria e buscar tirar proveito até mesmo das coisas ruins.



É não ser livre para trocar e crescer... É estar fadado ao fracasso emocional e à tão temida solidão.