terça-feira, 1 de junho de 2010

Junho - Mês dos Namorados




As lojas estão fervilhando de artigos e "promoções" voltadas para o "Dia dos namorados".
Então, tudo o que se vê por aí são anúncios com casais, muitos fundos e corações vermelhos, etc e tal...e não é que ja me perguntaram sobre o que vou dar ou receber no dia dos namorados?
Neste exato momento, tudo o que quero é sossego.

Estou literalmente farto de envolvimento.
Parece que já sei como tudo vai acabar antes mesmo de começar.
Uma das coisas que atualmente não abro mão, é de ser fiel a MIM.

Sou uma criatura difícil, mas se estou com alguém, e gosto desse alguém, não ouso pensar em pedir para o outro mudar, então por que raios eu tenho que me adequar às convenções dos outros?
Assim sendo, não deixo de usar minha roupa mais espalhafatosa, de sair quando quero sair, de ficar em casa ou me isolar se eu assim quiser.

Passei tempo demais da minha vida querendo um namorado.
Alguém a quem eu pudesse me dedicar e sentir meus dias menos pesados.
Alguém pra dizer que sentiu minha falta durante o dia e me dar um beijo de boa noite.

Eu costumava ser ridiculamente romântico, algo que vou descrever nas postagens seguintes.
Jota, um ex-namorado costumava repetir constantemente que eu deveria aprender a jogar fora meu coração, que só sabia doer.

O pulso ainda pulsa e o coração físico ainda existe no mesmo lugar, mas o coração romântico eu amputei.
Ironia, é que ha pouco tempo atrás, Jota me procura, querendo encontrar a doçura do coração que extirpei.
Só o tempo vai me dizer se o que fiz foi certo ou não. Pelo menos agora, mais frio e um tanto insensível ao romance, dói menos.

E, para me envolver profundamente com alguém eu precisaria de um novo "coração" transplantado.
Só assim me relacionaria intimamente com pessoas, que a mim parecem macacos furiosos e programados por uma sociedade que não difere de nenhuma milícia. Relacionar-se é também ceder, ser flexível. Sou capaz de fazer programas que não me agradam, pra agradar a um namorado.Entretanto, não deixo de ser eu, por conta disso. Entretanto, atualmente não estou disposto a nada disso, além de estar EXTREMAMENTE INTOLERANTE às expressões: "Você tem que...", "Mas você não pode...", "Você vai fazer isso..." e "Será que você não pode fazer um esforço pra se adequar?".

Nunca fui fã do Clodovil, mas uma de suas frases ficou gravada pra sempre em mim: "É preferível afrontar o mundo e servir à nossa consciência a afrontar a nossa consciência para ser agradável ao mundo.".

Não obrigo ninguém a seguir minha maneira de ver e sentir o mundo, mas se isso não puder ser ao menos respeitado, e se as nossas diferenças são algo que nos separa em vez de nos unir, senhor pretendente, passe um feliz mês dos namorados com um Pedro, José, João, Augusto ou outro qualquer.

O Rochester vai ficar sozinho com um sorriso de canto a canto.

Antes só...antes só.

Um comentário:

  1. Eu costumo mesmo que sem querer acabar cobrando coisas demais das pessoas que estou junto. Sei que isso é errado e aos poucos vai corroendo a relação, tirando o prazer do convívio. Pelo menos desde que me toquei que faço isso venho me policiando e tentando amadurecer meus sentimentos, pois julgo que este tipo de tentativa estúpida de controle é infantil.

    Quando ao coração romântico eu já não sei se é o certo amputar, talvez você nem tenha amputado, só esteja anestesiado esperando você estar pronto pra encontrar alguém. Acho que com o coração frio você acaba perdendo o que tem de melhor em um relacionamento, deixando de sentir com intensidade os carinhos e agrados. Talvez eu que esteja errado em preservar o meu depois de tantos socos na cara, mas acredito que só sofrendo cada uma das derrotas que a gente realmente aprende e evolui, se eu jogar meu coração romântico fora vou passar um tempo bem, mentindo pra mim mesmo que é melhor assim, e depois vou me pegar carente, sofrendo, resmungando pelos cantos a procura desse sentimento que estou me privando de ter.

    Sei lá... talvez eu só pense que seja assim porque ainda não me livrei do meu, isso seria missão pra uma futura namorada.

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